quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O efeito Melancolia

O filme Melancolia , 2011, dirigido pelo cineasta dinamarquês Lars Von Trierr, foi dividido em dois capitulos, com músicas de Beethoven, pinturas pré- rafaelitas, presentes na obra.
O primeiro capitulo conta a historia de Justine (Kirsten Dunst), que no início do filme aparece linda se deslocando pra um castelo para casar-se com um homem lindo, compreensivo e apaixonado, o segundo com Claire (Charlotte Gainsbourg), que simboliza a irmandade, uma pessoa que aparece como sensata.
No inicio do filme, aparece uma limusine, representando tropeços dessa viagem.  No carro, encontra-se os noivos Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgård), rindo de toda situação - eles estavam super atrasados pra sua festa de casamento.
Justine possui uma sombra cinza amarrada ao calcanhar.  Uma depressão que acabou contaminando seu ânimo, ela começa a mudar de temperamento antes da festa acabar, ela tenta se esforçar, mas não adianta e se depara com um vazio dentro de si. Claire (Charlotte Gainsbourg) aparece como a figura sensata da família.  Diante de toda situação emocional de sua irmã, ela surge ao lado do seu marido Jonh (Kiefer Sutherland) - que é um astrônomo- e do seu filho (Stefan Cronwall) considerada como um alicerce para eles.
Durante o filme, o humor de ambas as irmães se transformam, em ocasioes definitivas devido a onipresença do planeta “Melancolia”. É nitido notar que Justine é uma jovem deprimida, ficando uma harmonia que não lhe pertence. Na segunda parte do filme noateremos que a sua irmão mais velha Claire (Charlotte Gainsbourg), está visivelmente preocupada devido a previsão que anuncia a colisão entre o planeta Melancolia e a Terra. Diante das evidencias, o pior acontece.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O olhar do fim do mundo

Se você esta esperando por um filme suave, feliz e relaxante, esqueça Melancolia – filme produzido pelo polêmico Lars Von Trier neste ano de 2011, mas se sua opção for refletir sobre a vida, do modo mais assustador e cruel, não deixe de ver essa surpreendente historia.
Lars Von Trier – autor do denso e surpreendente filme traz para o espectador, novas formas de observar a vida.  A história central baseia-se no fim do mundo triste, confuso e incerto, com a colisão de um “novo planeta” apelidado “Melancolia” com as reações e medos das duas irmãs ao “assistir” o fim do mundo chegar. 
O filme é divido em duas partes, a primeira retrata a historia de Justine (Kirsten Dunst) – a irmã menos compreendida, aparentemente deprimida, e que almeja se encontrar e acreditar na sua real existência, tentando compreender as expansões que o momento do apocalipse pode trazer à sua vida. Já sua irmã mais velha Claire (Charlotte Gainsbourg), é aparentemente mais “normal”,  casada com o bem sucedido astronauta John (Kiefer Sutherland) e mãe do pequeno (Stefan Cronwall) tenta “esquecer” que aquele momento está realmente acontecendo e fica apavorada com medo da morte.
 O autor, ao criar esse filme não pensou apenas em julgamentos e polemicas, mas a meu ver, em transformar as inquietações, fragilidades e medos do ser humano, em um momento de reflexão e caça pelo eu – interior, de cada um.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arte corpo, corpo arte


 Intrigado, reflexivo e, sobretudo, impressionado. São a esses sentimentos que somos remetidos na exposição  “Arqueologia do cotidiano: objetos de uso”, de Letícia Parente, aberta  de 25 de julho a 4 setembro, no Museu de Arte Moderna da Bahia. Sobre a curadoria de Katia Maciel e André Parente, filho de Letícia, a mostra inédita em Salvador, cidade natal da artista, traz trabalhos como o comentadíssimo vídeo, Marca Registrada, onde a artista borda, na sola do pé, a inscrição “Made in Brasil”, em uma clara crítica sobre a coisificação das pessoas, rebaixando o próprio corpo humano a um status de simples objeto.
Utilizando muitas vezes o corpo como suporte, a artista baiana, reinventa o cotidiano, fazendo com que o espectador reflita e interaja com sua obra. Críticas sobre a ditadura militar, o consumismo desacerbado, os padrões impostos pela cultura de massa são apresentadas em metáforas sutis e leves, em vídeos produzidos na casa de Letícia.
O ápice da exposição, no entanto, está na instalação Ora Pro Nobis, em montagem inédita na Capela do Solar do Unhão. O público tem nesse momento a oportunidade de experimentar e inundar os sentidos, observando uma sucessão de gestos, pés e mãos entrelaçadas, com uma voz ao fundo que reza a expressão em latim- que quer dizer ”rogai por nós”- como se fosse um mantra, dando um banho sinestésico ao visitante.
 Letícia Parente foi uma das precursoras da vídeoarte no Brasil. Sua obra perdura até hoje, influenciando diversos artistas contemporâneos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Melancolia de cada um

Dirigido pelo dinamarquês Lars Von Trier, o filme Melancolia (2011) é forte e triste. Lars causou muita polêmica na estréia do longa durante o Festival de Cannes quando declarou que entende Hittler. O ato fez com que fosse banido do evento, porém a protagonista Kirsten Dunst ganhou o prêmio de melhor atriz pela interpretação de Justine.
Inicialmente Melancolia mostra a história de Justine em sua festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), um rapaz que ela não ama. A família problemática da noiva com os discursos desconcertantes e o passeio pelo perfil dos convidados ajudam a causar um clima triste. Enquanto isso, o planeta que tem o mesmo nome do filme vai se chocar com a Terra causando o fim da humanidade.
Na metade do filme, como uma segunda parte o foco já é a colisão do planeta Melancolia e os medos de cada um. As emoções ficam mais aguçadas e as interpretações nos trazem a idéia muito real dos nossos medos. Quem rouba a cena então é Claire (Charlotte Gainsbourg) irmã de Justine, com uma excelente interpretação. Quando Justine na fase inicial do filme se mostrava sonhadora sua irmã era a prática e realista, já neste momento que o fim da Terra se aproxima ocorre a inversão de papéis.
O filme consegue penetrar no íntimo de cada um revelando o que o ser humano tem de melhor e pior, não era de se esperar menos de Trier, afinal também foi o diretor de O “Anticristo”, Dogville e Manderlay. O mesmo afirma que se inspirou na própria depressão para este filme e a Kirsten Dunst incorporou realmente o que ele vive. Um fato impressionante vindo de uma atriz apagada no papel de Mary Jane no filme Homem-Aranha.    
A tristeza, o fim, os medos, a solidão, as angustias, as decepções, a traição, a soberba, as diferenças sociais e de comportamento, entre vários outros sentimentos são retratados nesse filme onde o diretor conseguiu de forma brilhante amarrar as problemáticas de uma sociedade e trazer a reflexão do que é a verdadeira Melancolia para os espectadores. Certamente a melancolia de cada um foi tocada como um todo.

Melancolia,o fim do mundo

Melancolia (2011) é um filme de ficção científica, baseado no fim do mundo. A abertura dramática,por mais de 10 minutos, nos induz a viajar em um mundo angustiante através da ópera Tristão Isolda, de Richard Wagner. O espectador fica nostalgiado por várias cenas em câmera lenta, como se fossem pinturas em movimento.
O cineasta dinamarquês Lars Von Trier, dividiu o filme em dois capítulos diferentes, porém interligados entre si. O primeiro capítulo retrata o suntuoso casamento de Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgard) e a sua família problemática, uma mãe histérica e apaixonada pelo marido, enquanto que o segundo voltado para a destruição, mostra como a família de Claire (Charlotte Gainsbourg), lida com a colisão do planeta Melancolia com a Terra. De forma irônica, percebemos a visão do cineasta sobre a catástrofe que está se abatendo sobre a terra.
Justine encara a câmera com um profundo olhar de tristeza enquanto pássaros mortos caem a sua volta. Claire carrega o filho Léo com dificuldade por um campo de golfe. Justine (Kirsten Dunst), vestida de noiva, aparece amarrada a fios de lã e depois sendo levada pela correnteza. Um cavalo cai em silencio. É o anúncio do fim do mundo.
O que emociona o espectador são as diversas tonalidades dadas à personagem Justine, desde o seu casamento até o suposto fim do mundo. Como ela não consegue encontrar o seu espaço, o casamento acaba se tornando algo conflitante e a leva a uma terrível melancolia.
O segundo capítulo é focado em Claire, que vive seu dia-a-dia tranquilamente junto com o marido e o filho. Quando ela se dá conta que é um ser mortal tudo se resume em ansiedade, insegurança, nervosismo e medo com isso deposita toda sua confiança no marido John (Kiefer Sutherland), que desperta na esposa equilíbrio, fé e conforto.
 As duas irmãs têm personalidades completamente opostas. Enquanto Justine é um espelho de uma pessoa conformada com o fim, Claire é o retrato vivo da reação da maioria da população que se desesperaria ao encontrar-se em situação semelhante. No filme não há notícias e nem pânico passados como na maioria dos filmes hollywoodianos. O cineasta brinca com o psicológico dos personagens, mexe com a moral das irmãs e apesar do fim ser algo previsível ao espectador, se torna emocionante e assustador.

Explosão de melancolia


 O filme “Melancolia” (2011) do cineasta Lars Von Trier pode despertar as mais variadas sensações. Trier está entre os melhores diretores contemporâneos e geralmente conserva o estilo extremista, ou oito ou oitenta. Ele tem a habilidade de criar imagens singulares e que ao mesmo tempo causem certo incômodo. Quem aprecia o cinema, consegue perceber que ele faz uma mistura interessante entre a estética e a trilha sonora.
 Apesar de existir uma leve monotonia, vale à pena assistir “Melancolia”, o filme carrega simplicidade. Por causa de um Planeta desgovernado (melancolia) que vem em direção à Terra, o fim do mundo está por vir. John (Kiefer Sutherland) é um homem muito rico que não acredita na chegada do fim do mundo e que esse tal Melancolia  está apenas de passagem. Claire (Charlotte Gainsbourg) é esposa de John e está em pânico com o possível fim do mundo. O filme é separado em duas partes, o que conserva uma das características do diretor, a primeira parte voltada para o drama do casamento de Justine (Kirsten Dunst, que foi premiada em Cannes pela grande atuação no filme Melancolia), suas dificuldades familiares e conflitos internos, os altos e baixos típicos das pessoas, o combate contra uma depressão profunda que não há um motivo claro.
Ao assistir Melancolia paramos para nos questionar sobre o fim do mundo, se é realmente tão melancólico como os personagens acreditam.

Beleza Melancólica

Diante da esperada felicidade do casamento, onde viver feliz para sempre ao lado de quem realmente ama está apenas começando, seria capaz que em algum momento deste dia inesquecível o sentimento da depressão aos poucos possa lhe consumir? Pois é a partir daí que começa a trama de Melancolia (ano de produção0, o mais novo filme do diretor dinamarquês Lars Von Trier. O que poderia ser mais um trabalho que conta a simples história do fim do mundo, o longa consegue misturar as sensações, onde a humanidade será extinta, mas enquanto isso o vazio da depressão parece antecipar a morte e acaba trazendo junto o conformismo diante do inevitável.
A obra que une drama e ficção cientifica têm no elenco Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst interpretando as irmãs Claire e Justine, respectivamente. Juntas elas mostram ao espectador a relação entre duas irmãs que com personalidades opostas. A aparência de sucesso e felicidade, que deveria ser mantida na família, começa a se desfazer num jogo de imagens bem produzidas que colabora com o enredo do filme e encaixa perfeitamente com a mensagem que o diretor quer transmitir.
Desta vez o fim do mundo é retratado a partir da descoberta de um planeta, chamado Melancolia, que por todos esses tempos vivia escondido atrás do Sol sem o conhecimento dos humanos. Até que em determinado momento ele sai dessa rota e começa a se aproximar da Terra onde acontecerá uma colisão, essa descoberta é o que dá inicio ao drama do filme. De fato, a sétima arte ainda não havia criado um modo tão peculiar para justificar o fim da humanidade. E ainda, a idéia de Von Trier em elaborar uma historia paralela do que normalmente se vê nos demais filmes elaborados anteriormente por ele, traz o diferencial. O modo como a historia se desenrola diante de imagens e sons bem casados prendem a atenção de quem assiste.
No elenco de Melancolia também estão presentes os atores Alexander Skarsgard e Kiefer Sutherland interpretando os maridos das irmãs protagonistas do drama. Os efeitos das imagens, a historia sobre a reflexão do fim do mundo e da relação familiar e uma impecável interpretação de Kirsten Dunst. Este, aliás, lhe rendeu o prêmio de melhor atriz do Festival de Cannes deste ano. Melancolia parece querer transformar o pensamento negativo em obra de arte. Já que o mundo vai acabar, que acabe então de uma forma inesperada.