Dirigido pelo dinamarquês Lars Von Trier, o filme Melancolia (2011) é forte e triste. Lars causou muita polêmica na estréia do longa durante o Festival de Cannes quando declarou que entende Hittler. O ato fez com que fosse banido do evento, porém a protagonista Kirsten Dunst ganhou o prêmio de melhor atriz pela interpretação de Justine.
Inicialmente Melancolia mostra a história de Justine em sua festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), um rapaz que ela não ama. A família problemática da noiva com os discursos desconcertantes e o passeio pelo perfil dos convidados ajudam a causar um clima triste. Enquanto isso, o planeta que tem o mesmo nome do filme vai se chocar com a Terra causando o fim da humanidade.
Na metade do filme, como uma segunda parte o foco já é a colisão do planeta Melancolia e os medos de cada um. As emoções ficam mais aguçadas e as interpretações nos trazem a idéia muito real dos nossos medos. Quem rouba a cena então é Claire (Charlotte Gainsbourg) irmã de Justine, com uma excelente interpretação. Quando Justine na fase inicial do filme se mostrava sonhadora sua irmã era a prática e realista, já neste momento que o fim da Terra se aproxima ocorre a inversão de papéis.
O filme consegue penetrar no íntimo de cada um revelando o que o ser humano tem de melhor e pior, não era de se esperar menos de Trier, afinal também foi o diretor de O “Anticristo”, Dogville e Manderlay. O mesmo afirma que se inspirou na própria depressão para este filme e a Kirsten Dunst incorporou realmente o que ele vive. Um fato impressionante vindo de uma atriz apagada no papel de Mary Jane no filme Homem-Aranha.
A tristeza, o fim, os medos, a solidão, as angustias, as decepções, a traição, a soberba, as diferenças sociais e de comportamento, entre vários outros sentimentos são retratados nesse filme onde o diretor conseguiu de forma brilhante amarrar as problemáticas de uma sociedade e trazer a reflexão do que é a verdadeira Melancolia para os espectadores. Certamente a melancolia de cada um foi tocada como um todo.
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