terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sentimentos distintos em um Apocalipse

Melancolia (Melancholia, 2011) é um filme marcante e intenso que traz uma diferente vertente e um olhar único e abstrato de Lars VonTrier sobre a ida.

O filme, que mostra uma temática bem elaborada e complexa, se dividi em duas partes na qual a primeira fala de Justine (Kirsten Dunst) que é a mais preocupada em entender a intromissão desse “novo planeta” na sua vida e a segunda parte fala de sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg), que tenta mover caminhos diferentes para “tranqüilizar” sua ansiedade da morte.  Com a “chegada” desse novo planeta que se chocará com a terra, os personagens entram em um frisson de emoções, como  fé, desespero, medo, e até mesmo coragem, principalmente de Claire que movida por amor  corre com seu filho nos braços para tentar salva-los. O filme leva o espectador a uma reflexão sobre o tema abordado sendo visto de maneiras opostas.  As duas, que aguardam pelo fim do mundo que se aproxima, pensam e agem de formas diferentes. 


Com  essas duas personagens, Trier quer adicionar ao pensamento das pessoas uma forma de ver e lidar com o “fim do mundo”.  A trilha sonora forte e pesada da um ar mais dramático ao contexto do filme. Enquanto Justine vê tudo por um lado negativo e depressivo, sua irmã que já é casada e mãe de um filho, tenta pensar de uma maneira sensata sobre o que está para acontecer, sem maiores desesperos e tentando aceitar essa nova condição justificando sua ideia do “mundo ser mal e por isso não fará falta”.  


Mais do que contar o fim do mundo, a história fala sobre a condição do pensamento humano.  As protagonistas serem duas mulheres, irmãs, é uma realidade afirmativa sobre a reflexão de Trier sobre a humanidade. Claire é a racional, esposa e mãe.  Justine é a irmã rebelde, insatisfeita e insegura. Independente de planetas, este mundo também desabaria de qualquer modo, a qualquer momento e em qualquer tempo.


Com seu exesso de criatividade ou dinamismo inteiramente pessoal, cultural e diferente que é sempre demonstrado em suas obras, Melancolia é um dos filmes mais interessantes de Lars Von Trier, porque se especializou em “maltratar” seus personagens, atingindo de certa forma também os atores que os interpretam. Com a decisão de exterminar toda humanidade neste filme, Trier demonstra um pouco do seu senso interessante sobre a  maneira de “resolver” os problemas do mundo e os colocar em seu lugar certo, com ponto final.


E como diz Dunst: "só há vida na Terra e não por muito tempo".

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