quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O efeito Melancolia

O filme Melancolia , 2011, dirigido pelo cineasta dinamarquês Lars Von Trierr, foi dividido em dois capitulos, com músicas de Beethoven, pinturas pré- rafaelitas, presentes na obra.
O primeiro capitulo conta a historia de Justine (Kirsten Dunst), que no início do filme aparece linda se deslocando pra um castelo para casar-se com um homem lindo, compreensivo e apaixonado, o segundo com Claire (Charlotte Gainsbourg), que simboliza a irmandade, uma pessoa que aparece como sensata.
No inicio do filme, aparece uma limusine, representando tropeços dessa viagem.  No carro, encontra-se os noivos Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgård), rindo de toda situação - eles estavam super atrasados pra sua festa de casamento.
Justine possui uma sombra cinza amarrada ao calcanhar.  Uma depressão que acabou contaminando seu ânimo, ela começa a mudar de temperamento antes da festa acabar, ela tenta se esforçar, mas não adianta e se depara com um vazio dentro de si. Claire (Charlotte Gainsbourg) aparece como a figura sensata da família.  Diante de toda situação emocional de sua irmã, ela surge ao lado do seu marido Jonh (Kiefer Sutherland) - que é um astrônomo- e do seu filho (Stefan Cronwall) considerada como um alicerce para eles.
Durante o filme, o humor de ambas as irmães se transformam, em ocasioes definitivas devido a onipresença do planeta “Melancolia”. É nitido notar que Justine é uma jovem deprimida, ficando uma harmonia que não lhe pertence. Na segunda parte do filme noateremos que a sua irmão mais velha Claire (Charlotte Gainsbourg), está visivelmente preocupada devido a previsão que anuncia a colisão entre o planeta Melancolia e a Terra. Diante das evidencias, o pior acontece.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O olhar do fim do mundo

Se você esta esperando por um filme suave, feliz e relaxante, esqueça Melancolia – filme produzido pelo polêmico Lars Von Trier neste ano de 2011, mas se sua opção for refletir sobre a vida, do modo mais assustador e cruel, não deixe de ver essa surpreendente historia.
Lars Von Trier – autor do denso e surpreendente filme traz para o espectador, novas formas de observar a vida.  A história central baseia-se no fim do mundo triste, confuso e incerto, com a colisão de um “novo planeta” apelidado “Melancolia” com as reações e medos das duas irmãs ao “assistir” o fim do mundo chegar. 
O filme é divido em duas partes, a primeira retrata a historia de Justine (Kirsten Dunst) – a irmã menos compreendida, aparentemente deprimida, e que almeja se encontrar e acreditar na sua real existência, tentando compreender as expansões que o momento do apocalipse pode trazer à sua vida. Já sua irmã mais velha Claire (Charlotte Gainsbourg), é aparentemente mais “normal”,  casada com o bem sucedido astronauta John (Kiefer Sutherland) e mãe do pequeno (Stefan Cronwall) tenta “esquecer” que aquele momento está realmente acontecendo e fica apavorada com medo da morte.
 O autor, ao criar esse filme não pensou apenas em julgamentos e polemicas, mas a meu ver, em transformar as inquietações, fragilidades e medos do ser humano, em um momento de reflexão e caça pelo eu – interior, de cada um.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arte corpo, corpo arte


 Intrigado, reflexivo e, sobretudo, impressionado. São a esses sentimentos que somos remetidos na exposição  “Arqueologia do cotidiano: objetos de uso”, de Letícia Parente, aberta  de 25 de julho a 4 setembro, no Museu de Arte Moderna da Bahia. Sobre a curadoria de Katia Maciel e André Parente, filho de Letícia, a mostra inédita em Salvador, cidade natal da artista, traz trabalhos como o comentadíssimo vídeo, Marca Registrada, onde a artista borda, na sola do pé, a inscrição “Made in Brasil”, em uma clara crítica sobre a coisificação das pessoas, rebaixando o próprio corpo humano a um status de simples objeto.
Utilizando muitas vezes o corpo como suporte, a artista baiana, reinventa o cotidiano, fazendo com que o espectador reflita e interaja com sua obra. Críticas sobre a ditadura militar, o consumismo desacerbado, os padrões impostos pela cultura de massa são apresentadas em metáforas sutis e leves, em vídeos produzidos na casa de Letícia.
O ápice da exposição, no entanto, está na instalação Ora Pro Nobis, em montagem inédita na Capela do Solar do Unhão. O público tem nesse momento a oportunidade de experimentar e inundar os sentidos, observando uma sucessão de gestos, pés e mãos entrelaçadas, com uma voz ao fundo que reza a expressão em latim- que quer dizer ”rogai por nós”- como se fosse um mantra, dando um banho sinestésico ao visitante.
 Letícia Parente foi uma das precursoras da vídeoarte no Brasil. Sua obra perdura até hoje, influenciando diversos artistas contemporâneos.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Melancolia de cada um

Dirigido pelo dinamarquês Lars Von Trier, o filme Melancolia (2011) é forte e triste. Lars causou muita polêmica na estréia do longa durante o Festival de Cannes quando declarou que entende Hittler. O ato fez com que fosse banido do evento, porém a protagonista Kirsten Dunst ganhou o prêmio de melhor atriz pela interpretação de Justine.
Inicialmente Melancolia mostra a história de Justine em sua festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), um rapaz que ela não ama. A família problemática da noiva com os discursos desconcertantes e o passeio pelo perfil dos convidados ajudam a causar um clima triste. Enquanto isso, o planeta que tem o mesmo nome do filme vai se chocar com a Terra causando o fim da humanidade.
Na metade do filme, como uma segunda parte o foco já é a colisão do planeta Melancolia e os medos de cada um. As emoções ficam mais aguçadas e as interpretações nos trazem a idéia muito real dos nossos medos. Quem rouba a cena então é Claire (Charlotte Gainsbourg) irmã de Justine, com uma excelente interpretação. Quando Justine na fase inicial do filme se mostrava sonhadora sua irmã era a prática e realista, já neste momento que o fim da Terra se aproxima ocorre a inversão de papéis.
O filme consegue penetrar no íntimo de cada um revelando o que o ser humano tem de melhor e pior, não era de se esperar menos de Trier, afinal também foi o diretor de O “Anticristo”, Dogville e Manderlay. O mesmo afirma que se inspirou na própria depressão para este filme e a Kirsten Dunst incorporou realmente o que ele vive. Um fato impressionante vindo de uma atriz apagada no papel de Mary Jane no filme Homem-Aranha.    
A tristeza, o fim, os medos, a solidão, as angustias, as decepções, a traição, a soberba, as diferenças sociais e de comportamento, entre vários outros sentimentos são retratados nesse filme onde o diretor conseguiu de forma brilhante amarrar as problemáticas de uma sociedade e trazer a reflexão do que é a verdadeira Melancolia para os espectadores. Certamente a melancolia de cada um foi tocada como um todo.

Melancolia,o fim do mundo

Melancolia (2011) é um filme de ficção científica, baseado no fim do mundo. A abertura dramática,por mais de 10 minutos, nos induz a viajar em um mundo angustiante através da ópera Tristão Isolda, de Richard Wagner. O espectador fica nostalgiado por várias cenas em câmera lenta, como se fossem pinturas em movimento.
O cineasta dinamarquês Lars Von Trier, dividiu o filme em dois capítulos diferentes, porém interligados entre si. O primeiro capítulo retrata o suntuoso casamento de Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgard) e a sua família problemática, uma mãe histérica e apaixonada pelo marido, enquanto que o segundo voltado para a destruição, mostra como a família de Claire (Charlotte Gainsbourg), lida com a colisão do planeta Melancolia com a Terra. De forma irônica, percebemos a visão do cineasta sobre a catástrofe que está se abatendo sobre a terra.
Justine encara a câmera com um profundo olhar de tristeza enquanto pássaros mortos caem a sua volta. Claire carrega o filho Léo com dificuldade por um campo de golfe. Justine (Kirsten Dunst), vestida de noiva, aparece amarrada a fios de lã e depois sendo levada pela correnteza. Um cavalo cai em silencio. É o anúncio do fim do mundo.
O que emociona o espectador são as diversas tonalidades dadas à personagem Justine, desde o seu casamento até o suposto fim do mundo. Como ela não consegue encontrar o seu espaço, o casamento acaba se tornando algo conflitante e a leva a uma terrível melancolia.
O segundo capítulo é focado em Claire, que vive seu dia-a-dia tranquilamente junto com o marido e o filho. Quando ela se dá conta que é um ser mortal tudo se resume em ansiedade, insegurança, nervosismo e medo com isso deposita toda sua confiança no marido John (Kiefer Sutherland), que desperta na esposa equilíbrio, fé e conforto.
 As duas irmãs têm personalidades completamente opostas. Enquanto Justine é um espelho de uma pessoa conformada com o fim, Claire é o retrato vivo da reação da maioria da população que se desesperaria ao encontrar-se em situação semelhante. No filme não há notícias e nem pânico passados como na maioria dos filmes hollywoodianos. O cineasta brinca com o psicológico dos personagens, mexe com a moral das irmãs e apesar do fim ser algo previsível ao espectador, se torna emocionante e assustador.

Explosão de melancolia


 O filme “Melancolia” (2011) do cineasta Lars Von Trier pode despertar as mais variadas sensações. Trier está entre os melhores diretores contemporâneos e geralmente conserva o estilo extremista, ou oito ou oitenta. Ele tem a habilidade de criar imagens singulares e que ao mesmo tempo causem certo incômodo. Quem aprecia o cinema, consegue perceber que ele faz uma mistura interessante entre a estética e a trilha sonora.
 Apesar de existir uma leve monotonia, vale à pena assistir “Melancolia”, o filme carrega simplicidade. Por causa de um Planeta desgovernado (melancolia) que vem em direção à Terra, o fim do mundo está por vir. John (Kiefer Sutherland) é um homem muito rico que não acredita na chegada do fim do mundo e que esse tal Melancolia  está apenas de passagem. Claire (Charlotte Gainsbourg) é esposa de John e está em pânico com o possível fim do mundo. O filme é separado em duas partes, o que conserva uma das características do diretor, a primeira parte voltada para o drama do casamento de Justine (Kirsten Dunst, que foi premiada em Cannes pela grande atuação no filme Melancolia), suas dificuldades familiares e conflitos internos, os altos e baixos típicos das pessoas, o combate contra uma depressão profunda que não há um motivo claro.
Ao assistir Melancolia paramos para nos questionar sobre o fim do mundo, se é realmente tão melancólico como os personagens acreditam.

Beleza Melancólica

Diante da esperada felicidade do casamento, onde viver feliz para sempre ao lado de quem realmente ama está apenas começando, seria capaz que em algum momento deste dia inesquecível o sentimento da depressão aos poucos possa lhe consumir? Pois é a partir daí que começa a trama de Melancolia (ano de produção0, o mais novo filme do diretor dinamarquês Lars Von Trier. O que poderia ser mais um trabalho que conta a simples história do fim do mundo, o longa consegue misturar as sensações, onde a humanidade será extinta, mas enquanto isso o vazio da depressão parece antecipar a morte e acaba trazendo junto o conformismo diante do inevitável.
A obra que une drama e ficção cientifica têm no elenco Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst interpretando as irmãs Claire e Justine, respectivamente. Juntas elas mostram ao espectador a relação entre duas irmãs que com personalidades opostas. A aparência de sucesso e felicidade, que deveria ser mantida na família, começa a se desfazer num jogo de imagens bem produzidas que colabora com o enredo do filme e encaixa perfeitamente com a mensagem que o diretor quer transmitir.
Desta vez o fim do mundo é retratado a partir da descoberta de um planeta, chamado Melancolia, que por todos esses tempos vivia escondido atrás do Sol sem o conhecimento dos humanos. Até que em determinado momento ele sai dessa rota e começa a se aproximar da Terra onde acontecerá uma colisão, essa descoberta é o que dá inicio ao drama do filme. De fato, a sétima arte ainda não havia criado um modo tão peculiar para justificar o fim da humanidade. E ainda, a idéia de Von Trier em elaborar uma historia paralela do que normalmente se vê nos demais filmes elaborados anteriormente por ele, traz o diferencial. O modo como a historia se desenrola diante de imagens e sons bem casados prendem a atenção de quem assiste.
No elenco de Melancolia também estão presentes os atores Alexander Skarsgard e Kiefer Sutherland interpretando os maridos das irmãs protagonistas do drama. Os efeitos das imagens, a historia sobre a reflexão do fim do mundo e da relação familiar e uma impecável interpretação de Kirsten Dunst. Este, aliás, lhe rendeu o prêmio de melhor atriz do Festival de Cannes deste ano. Melancolia parece querer transformar o pensamento negativo em obra de arte. Já que o mundo vai acabar, que acabe então de uma forma inesperada.

E se o mundo acabasse?

Em pouco mais de duas horas, a obra de Lars Von Trier aborda a ambiguidade do ser humano e traz uma espécie de desconstrução da realidade.

O apocalipse, duas perspectivas diferentes, e o cineasta dinamarquês Lars Von Trier na autoria do longa-metragem. O que esperar de Melancolia, se não umas doses de devaneios e depressão? O filme dividido em dois momentos traz a experiência de uma vida protagonizada por Justine (Kirsten Dunst), que tem data programada para acabar. Logo no início do longa assinado pelo mesmo autor de "Anticristo", o público já pode desfrutar de uma chuva de belas imagens que, em cerca de cinco minutos, representa a entrada para uma experiência visual estonteante.

Com um quê futurista, em pouco mais de duas horas, a obra aborda a ambiguidade do ser humano e traz uma espécie de desconstrução da realidade. Na quebra das convenções sociais, Melancolia traça a trajetória de vida de duas personagens excêntricas que, exceto a carga genética, não trazem semelhanças no jeito de comportar-se sobre a vida. São escolhas e pensamentos que fazem o público embalar nas histórias vividas pelas irmãs Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg) – e também perceber Lars Von Trier intrínseco nas confusões das personagens principais. 

Apesar da lentidão das belas imagens durante a primeira parte, Melancolia constrói uma trajetória, que, exceto para os que abandonam a sala do cinema antes do fim, consegue despertar o interesse dos espectadores com todos os devaneios vividos pelos personagens, antes e após o conhecimento da colisão entre o planeta "Terra" e o "Melancolia".

E de nada adiantaria a destruição da Terra para dar fim aos questionamentos levantados por um cineasta que, após declarar que entendia Hitler, foi considerado “persona non grata” no Festival de Cannes. A tristeza do filme traduz essa visão desacreditada no ser humano de VonTrier. Possivelmente casos de depressão não renderão tão bons resultados quanto Melancolia, onde se mistura belas imagens, monotonia e uma tristeza vaga – que indiscutivelmente merece ser vivida, pós-filme, pelo público.

Melancolia, um filme que dói


                                                                                      Divulgação

Permito-me um clichê e aviso: Melancolia (2011) é um filme triste. Previsível demais, eu sei, mas o adjetivo parece perfeito para definir o novo longa do polêmico Lars Von Trier. Sim, é aquele diretor mesmo que, em uma infeliz declaração no Festival de Cannes (no qual o filme levou o prêmio de melhor atriz), disse entender Hitler e que tem longas inquietantes como O Anticristo e Dogville na bagagem.

O filme é uma história sobre o fim do mundo, quando a Terra está prestes a se chocar com um planeta chamado Melancolia, que até então passava despercebido escondido atrás do sol. Porém, não será preciso ser um espectador dos mais atentos para perceber: a verdadeira história é sobre a solidão, sobre a fragilidade humana, centrando-se no caminho das irmãs Claire (Charlotte Gainsbourg) e Justine (Kirsten Dunst), que esperam, impotentes, o momento da colisão entre os planetas.

Dividido em duas partes (fica a impressão de que se trata, na verdade, de dois filmes diferentes), Melancolia começa com uma sequência de imagens estáticas, que dão lugar ao casamento de Justine, o retrato de uma vida de aparências e de uma felicidade ilusória. Sem muitas explicações, a história segue outro rumo e ganha uma tensão surpreendente, focada na depressiva Clair. É então que o ser humano aparece como uma figura insignificante, a quem cabe somente o fim.

Não é segredo que Von Trier buscou, no passado, inspiração em sua depressão para filmar. A dor aparece na trama em cenas pesadas, em frases impactantes, em ritmo lento. Melancolia é isso: a representação poética da dor – onde o diretor brinca, em imagens belíssimas, com o sentido da existência humana, em uma descrença envolvente. 

E se o mundo acabasse?

E se o mundo acabasse?
Em pouco mais de duas horas, a obra de Lars Von Trier aborda a ambiguidade do ser humano e traz uma espécie de desconstrução da realidade.

O apocalipse, duas perspectivas diferentes, e o cineasta dinamarquês Lars Von Trier na autoria do longa-metragem. O que esperar de Melancolia, se não umas doses de devaneios e depressão? O filme dividido em dois momentos traz a experiência de uma vida protagonizada por Justine (Kirsten Dunst), que tem data programada para acabar. Logo no início do longa assinado pelo mesmo autor de "Anticristo", o público já pode desfrutar de uma chuva de belas imagens que, em cerca de cinco minutos, representa a entrada para uma experiência visual estonteante.

Com um quê futurista, em pouco mais de duas horas, a obra aborda a ambiguidade do ser humano e traz uma espécie de desconstrução da realidade. Na quebra das convenções sociais, Melancolia traça a trajetória de vida de duas personagens excêntricas que, exceto a carga genética, não trazem semelhanças no jeito de comportar-se sobre a vida. São escolhas e pensamentos que fazem o público embalar nas histórias vividas pelas irmãs Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg) – e também perceber Lars Von Trier intrínseco nas confusões das personagens principais. 

Apesar da lentidão das belas imagens durante a primeira parte, Melancolia constrói uma trajetória, que, exceto para os que abandonam a sala do cinema antes do fim, consegue despertar o interesse dos espectadores com todos os devaneios vividos pelos personagens, antes e após o conhecimento da colisão entre o planeta "Terra" e o "Melancolia".

E de nada adiantaria a destruição da Terra para dar fim aos questionamentos levantados por um cineasta que, após declarar que entendia Hitler, foi considerado “persona non grata” no Festival de Cannes. A tristeza do filme traduz essa visão desacreditada no ser humano de VonTrier. Possivelmente casos de depressão não renderão tão bons resultados quanto Melancolia, onde se mistura belas imagens, monotonia e uma tristeza vaga – que indiscutivelmente merece ser vivida, pós-filme, pelo público.

Planeta Azul

O filme Melancolia (2011) nasce diretamente de Anticristo (2009), obra que marcou o auge da depressão do diretor (Lars Von Trier ). O filme é uma espécie de ritual de saída dele da depressão, mas que nem por isso conduz ao otimismo. O polêmico e elogiado “Melancolia” é a nova criação do diretor dinamarquês Lars Von Trier.
È apresentado em dois momentos, nomeadas através das duas irmãs. O primeiro, com a noite de casamento de Justine ( Kirsten Dunst) e depois pelo olhar de Claire ( Charlotte Gainsburg em mais um papel marcante)
Na primeira parte, Justine entra na sua festa de casamento onde os convidados esperam com ansiedade. Descendo da limusine com seu noivo, ela olha pra o céu e avista um ponto diferente nas constelações e na mesma hora sua expressão muda.   Ao ver o momento de tensão de Justine, Claire tenta tomar o controle da situação.
Justine subiu para o quarto com seu marido Michael, nada aconteceu entre os dois. Não conformada com seu casamento desceu do seu quarto e foi para o jardim, dali encontrou seu novo colega de trabalho, de onde ela traiu seu marido.
Na segunda parte do filme, Claire recebe a noticia que John fala a respeito do planeta Melancolia, um planeta azul que durante séculos esta escondida atrás do Sol e que agora resolver se aproximar da Terra. Sem saber o que fazer Claire fica desesperada  com a notícia.
Seu marido John (que é astrólogo) promete que nada vai acontecer com a sua família, seu filho que já sabia o que ia acontecer construiu um aparelho que analisava o tamanho e proximidade do planeta. Em um erro de cálculos feito por John ele preferiu morrer envenenado ao invés de contar a verdade para esposa. Claire desesperada pega seu filho para pedir ajuda em um povoado, chegando ao local não tinha ninguém ela resolveu voltar para o rancho e aceitar a realidade, e propôs a sua irmã para morrer feliz ouvindo musica e tomando um bom vinho do terraço, mais Justine não aceitou.
Com a aparência do planeta Melancolia, que estava escondido á muito tempo, o desastre está por vim e quem sabe será o fim de tudo.


Depressão e astronomia

Conhecido por produzir filmes dramáticos, o cineasta Lars Von Trier apresenta Melancolia (2011, Suécia, França, Alemanha e Itália), identificado como um drama “psicológico” igualmente aos outros produzidos como os mais conhecidos Anticristo e Dogvile. O filme  se passa na vida de duas irmãs, Claire (Charlotte Gainsbourg, no papel secundário, premiada como melhor atriz em 2009 pelo filme, ”Anticristo” em Cannes) e Justine (Kirsten Dunst, cuja interpretação, ganhou o prêmio de melhor atriz no mesmo festival de cinema em 2011.)
A princípio Justine demonstra-se sensível e depressiva, Claire de personalidade aparentemente normal. Quando ficam sabendo, que um planeta  entrará em rota de colisão, com a Terra, as duas irmãs “mudam” de personalidade.
Para contar a história das irmãs, O filme divide-se em dois capítulos. O começo mostra a festa de casamento de Justine, e a sua família dramática, a começar pela mãe das meninas, Interpretada pela atriz Charlotte Rampling que não acreditava em matrimônios. O pai delas alcoólatra, Claire e o marido rico que bancava a festa de casamento de sua cunhada, e a visível infelicidade de Justine no dia de seu casamento.
Com a interpretação de Kirsten Dunst, o filme faz uma mistura de emoções, com direito a mudanças de humor repentinas e violentas, por parte das personagens. Von Trier descreveu o fim do mundo, usando a figura de uma criança, onde ela acreditava em que Justine (Kirsten Dunst),já conformada, pudesse fazer algo para impedir uma tragédia. 
Na segunda parte do filme chamada “Claire”, em que já aparece a notícia da colisão, fica clara a transformação de personalidade das irmãs: Justine fica tranquila e Claire preocupada. Percebe-se também a complexidade de Justine, nesta parte do longa metragem,ela já conformada, conclui que a humanidade ou que a Terra é má, e ninguém sentiria falta dela.Ela já sabia o que iria acontecer,  o destino de todos era a morte.

Angústia melancólica

As relações pessoais e as diferentes reações humanas diante de uma possível catástrofe foram os temas abordados em Melancolia (2011), a última produção do diretor dinamarquês Lars Von Trier. Em um misto de drama, ficção científica e suspense, o polêmico diretor retrata o conflito entre duas irmãs que parecem se amar e se odiar ao mesmo tempo, enquanto um planeta está em rota de colisão com a Terra.

Todas as cenas se passam na belíssima mansão de Claire (Charlotte Gainsbourg) e na extensão de suas terras. Ela é uma das protagonistas do filme, junto com sua irmã Justine (Kirsten Dunst), que acabou ganhando o prêmio de melhor atriz em Cannes pela sua atuação no longa-metragem.

O filme é dividido em três partes. Nas cenas iniciais são mostradas imagens quase estáticas que trazem um prelúdio do que será apresentado a seguir. Na sequência, a trama é de fato iniciada com o capítulo que apresenta uma das irmãs, Justine.

Junto com seu noivo Michael, (Alexander Skarsgård), ela está a caminho do seu casamento e é durante a celebração que a personalidade da moça é delineada. A festa é marcada pelas profundas dúvidas de Justine sobre o seu próprio destino, além de vários conflitos familiares.

Em sua última parte, o longa traz o desfecho da história, através da personalidade de Claire e sua relação com a depressiva Justine. Completamente diferente Claire se mostra uma mulher meiga e cuidadosa, mas dividida entre o pessimismo da irmã, que “prevê” a destruição da Terra pelo planeta Melancolia e o entusiasmo do marido (Kiefer Sutherland) que acredita nos “cientistas” e espera ansiosamente para ver a passagem do astro.

Seguindo o seu preceito de não usar tripé, Lars Von Trier consegue, com seus movimentos de câmera, colocar o espectador dentro da obra, direcionando o olhar da platéia e fazendo você se sentir parte integrante do filme. A fotografia proporciona uma surpreendente sensação visual e integra com sua característica marcante o significado do conflito que o diretor quer passar. Neste sentido, a personagem Justine foi a encarnação dessa melancolia que, inclusive, trouxe traços claros da opinião do diretor sobre o mundo, a família e as relações pessoais.

O longa é recomendado para quem quiser sentir a presença da angustia como colega de poltrona e experimentar, no final, o silêncio perplexo da platéia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sentimentos distintos em um Apocalipse

Melancolia (Melancholia, 2011) é um filme marcante e intenso que traz uma diferente vertente e um olhar único e abstrato de Lars VonTrier sobre a ida.

O filme, que mostra uma temática bem elaborada e complexa, se dividi em duas partes na qual a primeira fala de Justine (Kirsten Dunst) que é a mais preocupada em entender a intromissão desse “novo planeta” na sua vida e a segunda parte fala de sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg), que tenta mover caminhos diferentes para “tranqüilizar” sua ansiedade da morte.  Com a “chegada” desse novo planeta que se chocará com a terra, os personagens entram em um frisson de emoções, como  fé, desespero, medo, e até mesmo coragem, principalmente de Claire que movida por amor  corre com seu filho nos braços para tentar salva-los. O filme leva o espectador a uma reflexão sobre o tema abordado sendo visto de maneiras opostas.  As duas, que aguardam pelo fim do mundo que se aproxima, pensam e agem de formas diferentes. 


Com  essas duas personagens, Trier quer adicionar ao pensamento das pessoas uma forma de ver e lidar com o “fim do mundo”.  A trilha sonora forte e pesada da um ar mais dramático ao contexto do filme. Enquanto Justine vê tudo por um lado negativo e depressivo, sua irmã que já é casada e mãe de um filho, tenta pensar de uma maneira sensata sobre o que está para acontecer, sem maiores desesperos e tentando aceitar essa nova condição justificando sua ideia do “mundo ser mal e por isso não fará falta”.  


Mais do que contar o fim do mundo, a história fala sobre a condição do pensamento humano.  As protagonistas serem duas mulheres, irmãs, é uma realidade afirmativa sobre a reflexão de Trier sobre a humanidade. Claire é a racional, esposa e mãe.  Justine é a irmã rebelde, insatisfeita e insegura. Independente de planetas, este mundo também desabaria de qualquer modo, a qualquer momento e em qualquer tempo.


Com seu exesso de criatividade ou dinamismo inteiramente pessoal, cultural e diferente que é sempre demonstrado em suas obras, Melancolia é um dos filmes mais interessantes de Lars Von Trier, porque se especializou em “maltratar” seus personagens, atingindo de certa forma também os atores que os interpretam. Com a decisão de exterminar toda humanidade neste filme, Trier demonstra um pouco do seu senso interessante sobre a  maneira de “resolver” os problemas do mundo e os colocar em seu lugar certo, com ponto final.


E como diz Dunst: "só há vida na Terra e não por muito tempo".

A Metáfora de Melancolia


Lars Von Trier, cineasta dinamarquês, lançou recentemente o filme Melancolia – Melancholia (2011, Dinamarca), no qual trabalha com a dramaturgia da música clássica e efeitos especiais, não deixando de ser uma criação de ficção científica intimista.
Melancolia é o nome de um planeta que está em curso de colisão com a Terra e o diretor o trata de uma forma bem apocalíptica, levando a mente humana a descobrir os mistérios que ainda estão por vir. Na primeira parte, foca no casamento de Justine (Kristen Dunst) com Michael (Alexandrer Skarsgard), que foi organizado pela sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg). No começo da festa, é possível notar as reações de inquietude, angústia e frustração de Justine. Claire tenta pacificar a tensão que ronda sua irmã e faz com que a festa seja a tentativa de reduzir um grande problema.
Von Trier constrói a narrativa de forma que o público tenha certeza de fato que o planeta vai colidir, deixando o sentimento onipresente, se referindo ao mesmo tempo a melancolia, causando uma metáfora com o nome do planeta.
Com a proximidade do Melancolia, alguns astrônomos acham que passará bem próximo da Terra, promovendo um grande espetáculo no céu, sendo possível ser associado ao cometa Haley.
No momento decisivo do filme Claire entra em desespero, se afasta com o filho e acredita que o fim do mundo está próximo. Sua irmã Justine, vai se livrando da expressão de sofrimento de acordo que o planeta Melancolia vai se aproximando velozmente da Terra. Para aliviar o sofrimento de Claire, Justine e o sobrinho constroem uma cabana de madeira e esperam o pior acontecer.
Melancolia pode ser definida como um estado de depressão, estar fora de órbita, e que esse mal não pode ser ignorado, pois a mente humana também é composta de interesses e frustrações.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Artisticamente desconfortante


Do aclamado cineasta dinamarquês, Lars Von Trier, desconhecido do grande publico até sua polêmica declaração no Festival de Cannes onde afirmou ser simpatizante de Hitler, autoproclamando-se nazista, sendo logo em seguida considerado "persona non grata" no festival. O filme Melancolia pode ser considerado artisticamente caótico, onde a estética da montagem, a câmera no ombro e seus planos gerais, e o drama angustiante da trama tornam-no desconfortante para os espectadores.

Melancolia é uma história sobre a destruição do planeta, a Terra está prestes a se chocar com um planeta homônimo ao titulo do filme. Contudo ele se difere de outros que abordam tal catástrofe, a verdadeira história é sobre, adivinhem vocês: melancolia. A fragilidade da espécie humana, evidenciado as distintas irmãs Claire (Charlotte Gainsbourg) e Justine (Kirsten Dunst), que esperam impotentes, cada qual a sua maneira, o momento da colisão entre os planetas.
Dividido em duas partes extensas, Melancolia começa com uma sequência de imagens estáticas, e segue com o casamento de Justine, a mais nova das irmãs, que vive uma falsa felicidade e anseia pela chegada do planeta para acabar com sua triste vida. A trama ganha outros rumos com Claire a irmã que se vê temerosa com a morte. Melancolia é um drama sobre a natureza humana e suas diversas reações diante da relação entre vida e morte.
Adson M. Barros